13 maio, 2016

artesã

artefato

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arte eu não entendo,

não analiso.
só existe sentimento
sem qualquer forma
de sentido.

na escrita me arrependo,

o erro é tanto
que o medo
do não-dito
se torna o maior
delito
do verdadeiro
passatempo.

(mas 

confesso
que,
pelo menos, 
eu tento)

entretanto,

eu persisto.
desistir é para os fortes
levantar é a melhor 
queda
do azar que hoje
é sorte,
da luz
que ontem 
foi treva.

a música nem se fala,

só ouço
o choro
o coro
e a alma 
que me lava
me (e)leva
e isso já me basta.

o verso sempre me diz pouco

e nada do que sou
ou não, 
só me mostra
que o são 
são todos loucos.

meu som eu solto,

já o tom 
nem toco.
o compasso 
do sol
é acorde maior
é nota com dó
é toque em si.

minha calma é como um grito,

e a pressa é p(r)e(n)sada.
se o compacto é comprido,
nas cores
sinto o livre arbítrio 
em todos discos 
que já ouvi.

meu lugar é o seu tempo

e o resto é movimento.

só me perco no encontro

do meu (di)lema central:

de todos os

os livros
que ainda nem
li,

é daí 

que vem a fonte 
da minha 
(ins)piração 
imaginária 
mais palpada
no
real.

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