artefato
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arte eu não entendo,
não analiso.
só existe sentimento
sem qualquer forma
de sentido.
na escrita me arrependo,
o erro é tanto
que o medo
do não-dito
se torna o maior
delito
do verdadeiro
passatempo.
(mas
confesso
que,
pelo menos,
eu tento)
entretanto,
eu persisto.
desistir é para os fortes
levantar é a melhor
queda
do azar que hoje
é sorte,
da luz
que ontem
foi treva.
a música nem se fala,
só ouço
o choro
o coro
e a alma
que me lava
me (e)leva
e isso já me basta.
o verso sempre me diz pouco
e nada do que sou
ou não,
só me mostra
que o são
são todos loucos.
meu som eu solto,
já o tom
nem toco.
o compasso
do sol
é acorde maior
é nota com dó
é toque em si.
minha calma é como um grito,
e a pressa é p(r)e(n)sada.
se o compacto é comprido,
nas cores
sinto o livre arbítrio
em todos discos
que já ouvi.
meu lugar é o seu tempo
e o resto é movimento.
só me perco no encontro
do meu (di)lema central:
de todos os
os livros
que ainda nem
li,
é daí
que vem a fonte
da minha
(ins)piração
imaginária
mais palpada
no
real.
13 maio, 2016
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