só o impulso quem me pulsa.
se recuo dois horários,
perco duas casas,
perco duas casas,
e avanço até
três ruas.
//a nossa parte do retrato
é um todo transparente//
o ouro
a terra
o touro
a mina
é fogo que à tarde
arde,
à noite
arte
e nunca
some.
a madrugada
(sempre)
insone
é o sonho
que acorda
e ilumina
toda parte
escura
escura
do meu dia.
cada ponteiro é um desastre
minha visão nem compreende
quais os sentidos necessários
para não sentir
tudo isso que a gente sente
o total
o tato
o cheiro
o olho
o ponto
a boca
a vírgula
a pinta
presente
passado,
(o futuro não é sina)
você é a sorte
dos eternos
azares e
destinos.
o acaso
só acusa,
quando encurralar
é o que me empurra.
esqueço o tempo limitado
deixo a perspectiva ocular
gritar mais baixo
e ouço tudo
eu falo alto
(re)visto
a vista
sempre a prazo.
meu caminho é passo lento
e caminho sem andar
quando lembro
já me esqueço
de que a pressa não se sente
de que a vida é realmente
esse terno
sentir
surtir
surtir
e
//solenemente//
//solenemente//
surtar.
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