ode à mari:
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cada palavra que a gente lança
não podemos ter de volta.
o alvo
na balança
sempre pesa
na vida
e em toda a nossa
história.
a nossa bossa
velha
antiga
fica nova
sem ter ido,
sentido
sem hora.
o senhor não diz,
só repassa
a senhora finge
que ouve
que (inter)dita,
mas
só a minha mão
e os olhos
sabem das horas
passadas.
voltar ao lugar de origem
é o medo
de todas as crises
o abstrato é retrato
de tudo que concretizo
na realidade desmedida.
o primeiro não é fato
ele é racional
nada se justifica
a diferença é passional
pacífica,
me permito
passo mal.
o limite
da sanidade não tem troca
é ego
disfarçado no passado
o ideal é idílico
a censura é revolta,
se toda felicidade for
castigo.
o processo
nem prossigo.
a importância
é ser pergunta
sem ter qualquer
medo
de todos os
tipos,
de todas as formas
de quase nenhum
modo.
o mundo
todo
sempre
limita
as nossas
próprias
falas
nas palavras
escritas
sem crime
algum
e
sem
sequer
resposta.
21 maio, 2016
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