21 julho, 2016

lusco-fusco (astro)náutico


quando eu vejo o voo 
fixo os pés no chão

o peso 
d
e
s
p
e
n
c

mais 
embaixo.

se tento caminhar
(pres)sinto o vento de cima.
a imagem crepuscular
me perde
no encontro casual
da despedida.

//amadureço sem precisar cair dos galhos//

minha cabeça sempre 
se ergue para o (s)alto
e procuro o que ninguém (a)nota.
a terra não diz muito
só o tempo tem seu tempo
quando o espaço (inter)dita
o clima e o resto
das horas

//a pressa muda
é muito lenta//

cada dia é um presente 
o interno é a surpresa
e o universo é um embrulho
do embrolho.
inferno astral não existe
já que o (ex)terno real pede leveza.

//time passes and the constant stays,
mind is a razor blade//

o horizonte gradiente sempre encontra 
o claro azul do dia
no escuro sul da noite

pergunto a ida
mas a volta não exige resposta:

você já olhou para o céu hoje?

o anoitecer do ciclo natural
é o único medo que me conforta.

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