31 agosto, 2016

egrégora

todas as vezes em que te abracei,
na mesma hora
o meu corpo cai
e o sentimento
para
se divide
e se reconstrói
em segundos,
semanas,
destinos
e distâncias
mastodonticamente 
irrisórias.

eu 
&
você
em nós.

nunca sei sobre
os sentidos e pronomes 
quando eu me encaixo
na sentença do seu laço.

na verdade,
eu sempre sigo o meu desejo
procurando algum rastro
que ficou
no vazio da sua inteireza.

não quero o tempo contado
eu só conto com a certeza 
da imaginação do meu 
próprio (t)ato.

te encontro em qualquer canto
e qualquer cheiro
tropeçando 
no calor e no bálsamo de seja lá quem for.

//nada é o mesmo//

todo conjunto que me relaciono
é mero detalhe que permanece
passageiro.

sendo o quase
um sim 
um talvez
não 
importa?

eu continuo
me perdendo nos outros
recortes e perguntas
que refazem os seus passos
em todas as respostas e pessoas
que nem faço mais questão
de acertar o nome.

já que freud não me explica
e nem platão idealiza,
sigo transformando
qualquer essência 
aroma 
e prosa
em poesia
concreta
e corpórea
através
de retratos
que constróem 
o enlace 
que vai
no perfume
que fica
enquanto seu
abraço
(não)
sai.




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