26 agosto, 2016

patologia


já morri mil vezes nessa vida,
todo o meu amor foi cancerígeno.
seja ele astrológico ou 
puramente metafísico
nunca descubro a cura
já que a dor que sinto
foi a perda da morte
na procura do sentido
de alguém que não mais 
existe em mim,
mas ainda assim 
respira
o ar que eu inspiro.

ensinei e apr(e)endi.
escrevi, cantei e toquei
qualquer nota
além do ritmo
e batida,
mas nada disso importa.
melodia é melancolia cantada.
minha reza sempre se justifica
enquanto (des)conto toda a fé 
e dívida
nunca ao acaso,
sempre à vista.

doença que não sara
transtorno que não passa
não é estigma
é enigma.
a loucura é vital
e o sofrimento só é viral
se a ação for racionalmente
passional.

//todo crime fatal é castigo.//

quando o encontro 
é a saída,
a mesma porta
que eu entro
é a mesma 
que eu saio.

o tratamento é matar ou morrer
(a morte é simbolismo)
eu aceito.
a volta tenra da ida 
é sempre um recomeço
dos meus eternos
vínculos 
e vícios.

se o amor é entrada,
espero todo tempo e prazo.
transformo o sentimento
renascendo das cores
e não das cinzas.
eu transcendo em cada ciclo
do meu próprio
caos.

o câncer 
realmente
só se espalha 
através de sequelas
quando a gente não encontra 
a resposta 
para as enfermidades
na nossa própria
(pro)cura da eternidade
e na quimera
de todo estado 
ou destino
terminal.





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