09 maio, 2017

pág. 121


você vende amor onde não existe*
e só enxergo o que ninguém pode comprar.
o desejo é fome
que não mata na boca
enquanto o peito insaciável 
se alimenta no desencontro
do dissimulado perlustrar.

toda vez que falo o seu nome
e (des)conto todas as histórias,
vivo a eterna poesia 
morrendo em curta prosa.

//apenas o real é recíproco//

amor à primeira vista
exige um prazo ilimitado.
não importa mais o onde
muito menos o entretanto.
deixo qualquer dívida aos juros do acaso,
e a necessidade ilusória 
nos rabiscos de um livro:

até quando eu posso continuar te imaginando?

se amar é renunciar à força, 
o quase sempre é intangível.

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*verso de j. motter 

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