você vende amor onde não existe*
e só enxergo o que ninguém pode comprar.
o desejo é fome
que não mata na boca
enquanto o peito insaciável
se alimenta no desencontro
do dissimulado perlustrar.
toda vez que falo o seu nome
e (des)conto todas as histórias,
vivo a eterna poesia
morrendo em curta prosa.
//apenas o real é recíproco//
amor à primeira vista
exige um prazo ilimitado.
não importa mais o onde
muito menos o entretanto.
deixo qualquer dívida aos juros do acaso,
e a necessidade ilusória
nos rabiscos de um livro:
até quando eu posso continuar te imaginando?
se amar é renunciar à força,
o quase sempre é intangível.
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*verso de j. motter
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