28 junho, 2016

brasílica


(no stowage)


poesia são sonhos.
algo que todos
contam aos outros
mas ninguém nunca 
lê ou liga,
quando não é 
o nosso próprio
conto
quem dita.

o sol é um pesadelo:
os raios ultravioletas 
pintam toda a melanina
dos mais sinceros
corações neutros.
quando o amarelo 
for azul
só reflete luz 
na sombra
verde
do planeta
daltônico.

a lua é um espelho,
a terra gira em torno 
do ritmo
do meu centro,
e o meu sol que significa
é o signo vermelho
que nunca pergunta,
mas sempre se explica.
lua tem influência 
direta no tempo,
no gosto//cor 
metal//amor

//pedra, perfume e flor.//

lá fora,
a vida é uma cama
solitária
só quem dorme
espera
que o acordar
é a nota
que nunca foi
e jamais
será
tocada

nas cordas
do meu travesseiro.

//espírito não regride, 
estaciona ou progride.//

de todas as estrofes,
não têm astros e posicionamentos
mais poéticos
que o alinhamento
dos passos que 
vim
e vivo
vivendo
de vênus 
a
mar
te,

de dezembro
a janeiro:

a única coisa que insiste
é o verso paralelo
que quando leio,
se (pr)escreve e se inscreve
e, de fato, nem existe.

só resiste no sonho
do universo
que eu mesma vejo
e na linha louca
que eu 
torta
(sem querer
querendo)
ver
sejo.

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