12 julho, 2016

geometria vascular


pra pensar
a gente não precisa se mover
diametralmente.
o lado da circunferência
ao oposto do outro
é o compasso
de um ensaio retilíneo
que nunca se encontra,
sempre perde a rota
e se limita.

na transferência,
o coração
sem marcar passo
é aquele quem dita
quem sai
quem entra 

o papel que demarca
a risca
não conserta a linha torta

tudo muda, 
e nada fica.
o permanecer,
talvez,
seja o mal-estar

o movimento do sol
pouco importa.
bem-me-quer
mal-quiser
a pétala nunca filtra
quando só o meu raio
fecha
qualquer tipo
de veia, 
artéria
e porta.

o centímetro
de cada círculo
abre o peito
e sente a loucura
da geometria:
às vezes até a vida
volta.

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