15 agosto, 2016

acachapante


eu admito:
seu jardim é como o mundo todo
observo, aceito
e solenemente
de longe 
admiro
e agradeço.

a terra, o ar
a água
e o fogo
não compreendo tanto
como gostaria,
mas tento 
e te ensino
aqui mais perto
a analisar.

eu sou
eu sinto
eu tenho
todas as razões 
e ações 
que ditam
a astrologia
do meu (im)próprio
destino.

ressignifico o brilho 
do meu universo.
o conflito interno bruto
vermelho, verde e amarelo
no céu azul
se chocam
e se paralisam
com luta 
e sem luto.
a melancolia não existe
atiro no espaço.
o alvo que enceta
não acerta
mas também 
não erra
porque já não
mais persisto
na mira do antigo
olhar lunar.

depois que te avistei,
meus olhos têm mais cores
e as flores têm mais cheiro.
o sol de hoje
já não é mais um qualquer
pesadelo.
controlo o descontrole
da sinestesia.
o perfume da distância 
é o único sentido
que aí e aqui 
me tira do eixo
e me desequilibra.

assim,
nos sonhos,
o toque e ritmo
têm movimentos
em que o tempo
reconhece a frequência.
ao acordar,
anoto e não esqueço
eu sempre escrevo 
o que mais me marca
em você.
a vida não mais chora
o soro é sorrir
ao fazer música
e poesia
porosa.

no fim,
eu prefiro tudo isso que a gente tem
do que nos perder
por não te encontrar.

esses versos, sim
são todos seus.
todas as linhas tortas
foram as mais diretas
que já escrevi
colhendo e plantando
versejando
por você 
pulsar.

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