15 agosto, 2016
equilíbrio lúdico do mercúrio
falta muito braço
para pouco abraço.
água limpa
para o poço fundo.
pé para
o percalço raso,
e muita mina
para poucos recursos.
o tesouro que encontro
é minério de fogo
da outra
moeda
mistério
de fora
do campo
do mundo.
//tudo o que sobra
é sina//
três continentes
a minha escolha
sem habitar
algum território.
despreparada
eu preencho
o meu espaço
com figuras
de outros dias.
o clima lá do alto
não condiz
com o chão
que me empurra.
//todo impulso para frente
necessita de um recuo.//
o pulo nem sempre
tem alcance
quando o tombo
que me prende
simultaneamente
me incita.
a vida é conflituosa
e o equilíbrio é mal dosado.
tenho fome
e desejos
sobre restos.
sobram rimas
e vestígios
em todos (r)astros
que eu não falo.
restam raios
para pouca sombra
e rasgo versos
sem prece
sem oração
sem sujeito
sem verbo
só pronome
pre(ju)dicado.
//toda sentença tem período.//
enquanto o ciclo for natural
meu sentimento sempre será,
enfim,
reciclável.
desperdício é o tempo
recorrente e paciente
na loucura que me rege.
toda dor de quem (pres)sente
e não passa
é ferida que dói
no presente
mas não estanca no futuro
já que o fluxo do sangue
é correnteza do passado.
não sou doutor
nem sou agente
nem somos nós
e nem cura
(conscientemente)
eu acho.
sobejo o sentimento
e entrego todos os pontos.
cicatrizo o beijo do antes
e viro jogo,
devolvo as cartas.
tudo o que me falta
no tabuleiro
é cheque-mate
batalha naval
imagem & ação.
quando a vez
da mesa
for uno
peço
(re)truco.
sobra cara a cara
e resta um
na rodada inteira.
no passa
& repassa
o termômetro
se quebra
escorre
e vaza.
na tabela
e no quadro
o balanceamento
do mercúrio não é o ou(t)ro.
sempre chego
no pódio
alcançando
a prata
me perdendo
no objetivo
central
de cada
parte
do jogo.
---
(em homenagem à m. campilho)
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