toda noite é a mesma história
eu sinto e pergunto
reflito e presumo
mas nunca entendo a resposta
a manhã chega
sem toque
sem vitória
– tem café?
o silêncio de um beijo cansado:
deixa que eu passo no filtro
o grão da nossa derrota
se eu falo
te puxo
se eu te ouço
não me escuto
tem coisa que
simplesmente
só
não é verbalizada
o desejo mal-dito
o karma
o destino
em toda madrugada
há torto-amor-drogado
o pensamento
sempre volta e vai
pra tanta
tonta
pessoa errada
eu luto e desatino em nós.
pra quê tanto espaço?
se a cada momento
estamos sempre (a) sós
não sei quem devo ser
só sei o que posso sentir.
//alguém, por favor,
mande notícias de mim//
tem tarde que arde
tem tempo que parte
tem gente que sabe
eu só sei quem sou,
mas nada do que eu fui
e do que espero ainda ser
agora, tudo o que sobrou
eu já nem sei mais
se consigo
//nessa vida//
algum dia
te dizer